Written on segunda-feira, janeiro 31, 2011 by Maria
Ainda não tinha percebido porque é que andava toda a gente a postar isto. Até ter visto hoje e ter lido a letra. É uma verdade pura e dura. Brilhantemente escrita. Igualmente cantada. Todos no Coliseu se identificaram e percebe-se isso a cada aplauso que surge depois de cada verso. Tão verdade, tão marcado nas nossas peles. E todos de mãos atadas, sem poder fazer nada, a não ser aplaudir os Deolinda, que disseram de forma tão simples, o que todos andamos a querer dizer. Arrepiei-me.
Deolinda - Parva que sou
Sou da geração sem remuneração
e não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!
Porque isto está mal e vai continuar,
já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração ‘casinha dos pais’,
se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’
Há alguém bem pior do que eu na TV.
Que parva que eu sou!
Sou da geração ‘eu já não posso mais!’
que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Não percebo porquê, mas também não foi a Mala de dinheiro, nem a Polaroid. Damn!
Se ninguém me levou a um espectaculo e depois aos bastidores do Ricky Gervais, nem calcei uns Adidas novos, nem fui correr com os Reebok para o rabo ficar riginho.
Se não foi o cão, caramba queria taaannnto! Nem as botas Timberland, nem inexplicavelmente a Casa com piscina e jardim ou o Gran Prix em Cannes.
A verdade é que nunca liguei muito à idade que faço. Desta vez, estou a ligar. Nos 18 não senti nada de especial. Estava mais concentrada na vida nova que estava a começar. Tinha acabado de chegar a Lisboa.A casa estava por minha conta, os meus amigos tinham vindo comigo. É um momento especial para quem vive nas ilhas, pegar nas coisas e apanhar um avião. Chegar e saber que connosco, vieram todos os nossos amigos do liceu. Que estamos todos juntos. Sem pais. Com casas vazias e a liberdade e o futuro por nossa conta.
Aí começaram 10 anos novos na minha vida. No curso de direito primeiro. Nas festas todas. Todas as noites. Todos os fins de semana. Casa desarrumada de quinta a domingo. Segunda vinha a empregada. Os dias na sala de alunos. Os matraquilhos, o snooker, as horas infindáveis. As faltas às aulas apesar de estar sempre na faculdade. Os amigos novos. Para sempre. A minha prima T, sempre ali ao lado,as nossas para sempre bebedeiras. A Brasserie. Conhecer Lisboa pelas linhas vermelha, amarela, azul, verde. A paixão que agora nem compreendo. A rotina desrotinada. E depois, o ódio pelo meu curso. O querer mudar. A mudança.
A turma nova. A faculdade de cara lavada de repente. Mais amigos. Para sempre e sempre e sempre, espero. O ténis outra vez. A Mariana em Milão. As Joanas em Roma. O qualromaqualq. Os amigos da madeira a desaparecer um a um. Todos a apanhar o avião de volta e eu a ficar.
Outro avião, agora para o Brasil. A Viagem. As Divas. O sufoco no bairro que ainda chateia. As noites de estudo e a casa pizza. Mtics. Rita Fuckingeiras. Ficar em casa à sexta. Descobrir a publicidade. O último dia de aulas. O fim de uma era. A Luiza em Londres.
O primeiro dia de trabalho. Os estágios. O primeiro contrato. O primeiro contrato no fim. O segundo contrato. A Nossa. A certeza. A incerteza. Ai o André. Ai o cabrão do André. A libertação. O CCP. Ai o André. A Joana em Londres. A casa nova. A porta da casa de banho que eu sempre quis. Benfica. A zona e a vida nova. Ficar em casa sexta e sabado. E amanhã, o fim dos 20. Disseram-me ontem, se chegaste lá feliz, é isso que interessa. E se cheguei.
Written on segunda-feira, janeiro 10, 2011 by Maria
Não é palhaçada. Serio que não.
Acho que isto só reflecte, o mundinho perigoso e difícil da alta sociedade, especialmente, o relacionado com a moda. Como é óbvio, sendo eu uma simples anónima, não conhecia Carlos Castro de lado nenhum, mas li coisas que ele escreveu e a única opinião que sempre tive dele, é que era má pessoa. Não se importava de enxovalhar a primeira pessoa que lhe aparecesse à frente, de humilhar e de criar conflitos.
Uma pessoa que fazia disto a sua vida, não merecia ser feliz, é duro, mas é o que eu acho.
Não sei nada de nada. Mas posso obviamente imaginar o que aconteceu. E cá vai a minha teoria, baseada em tudo o que ouvi e li.
Renato, queria ser modelo. Para isso, a melhor ideia que teve foi mandar um mail ao Carlos Castro dizendo que ele poderia ajudá-lo. Carlos Castro, gato assanhado, pediu-lhe uma fotografia de rosto e de corpo e assim que a recebeu disse ok, eu ajudo-te, sai lá de Cantanhede e vem conhecer-me a Lisboa.
Foram jantar e sem que Renato percebesse, já estava inscrito num concurso de Tv da Fátima Lopes e até teve de comprar uma agenda para marcar todos os compromissos que entretanto lhe surgiram. Jantar com o Carlos e o Zeca no Tavares; Ir ao Trumps com o Carlos e o Ruizinho; Ir a um casting para os morangos com açúcar verão; etc.
Quando chegou ao Natal, Carlos já não largava Renato por nada deste mundo e Renato pensou, este gajo é querido, prometeu que me levava a desfilar a Paris e a NY, tão amigo. Será que sou gay por ele me ter feito uma festinha na nuca?
Entretanto chegou o Natal, Renato voltou a Cantanhede, e na noite de 24 de Dezembro recebeu um sms do Carlos que dizia: Querido, vamos para NY os dois, vais desfilar, vai ser óptimo. Beijo.
Renato ficou feliz feliz. Contou à mãe e à treinadora que segundo o telejornal, é a sua 2ª mãe. E pensou, será que ter respondido ao Carlos com um beijo é porque ele me pegou a gayzice.
Dia 28 partiu.
E quando adormeceu ja em NY pensou, será que por estar a dormir nu, na mesma cama que o Carlos, sou gay?
Nos dias seguintes habituou-se à ideia e mesmo quando Carlos entrou a meio do seu duche dizendo que era para poupar água, ele não se importou. Passaram os dias a ir aos musicais, aos casinos e às festas Eyes Wide Shut.
Renato, começou a ter saudades da mãe e da outra mãe e até lhes ligou a dizer que já estava farto daquela vida de festas esquisitas, que a comida lhe sabia mal e tudo.
Até que um dia, ao deitar, Carlos tentou. Renato disse que lhe doía a cabeça. Mas Carlos insistiu. Pediu um vinho ao room service. Renato disse, deixa-me em paz. Carlos, disse, tu não me falas assim meu menino. Renato responde e tu não me voltas a encostar a garrafa de vinho no rabo que está fria ó meu palerma! Carlos responde, mas quando é que nós fazemos amor?!!Renato diz, nunca oh paneleiro! Eu ainda não sou gay! Carlos: és és! Renato: Não sou não! Carlos: és! Renato: Não sou! Quem diz é quem é, cara de chulé! Carlos: és! Senão estás aqui a dormir comigo porquê? Renato: Por causa do dinheiro!!
E Carlos lá se calou. E as hospedes portuguesas que estavam no hotel, lá desencostaram as orelhas da porta do quarto e voltaram para a recepção ver quem entrava.
No dia seguinte, Renato estava nervoso, sentia um ardor esquisito lá em baixo, mas não sabia porquê. Não se lembrava do resto da noite. Já eram 17h. Até que viu uns pozinhos, uns comprimidinhos e um preservativo caídos ao lado da cama. De repente percebeu tudo. “este cabrão drogou-me e violou-me! Ele vai ver!”
Neste momento, Carlos acordou a sorrir, olhou para ele e disse, olá querido, ontem soube-te bem não foi? Vês como és..
Antes de acabar a frase, Carlos levou com um computador na cabeça. Renato agarrou no saca-rolhas e fez o que já se sabe. E passado uma hora, saiu do Hotel, passou por duas amigas que perguntaram por Carlos e respondeu: Ele nunca mais sairá deste hotel. Muuuahahahahahahahah!!
Passado uma hora, estava na brooklyn bridge a cortar os pulsos porque teve um raio de consciência e percebeu que estava fodido.
O target são todos os clientes, independentemente da idade
Ora bora lá fazer uma coisa que agrade uma criança de 4 anos que não sabe ler, uma mulher de 30 anos que não tem tempo para ver nada e um velho de 80 que não percebe nada do digital.
Vou então só ali buscar a capa e por um S no meu peito.