Gosto mesmo de publicidade

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Written on sexta-feira, junho 29, 2007 by Maria




A "wannabe copy" picola Maria.

desculpem a insistencia com os textos, mas este homem e do caralho (oops) fodassss!! (ai!)

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Written on terça-feira, junho 26, 2007 by Maria

OS PALAVRÕES

"Ja me estão a cansar... parem lá com a mania de que digo muitos palavrões, caralho! Gosto de palavrões! Como gosto de palavras em geral. Acho-os indispensáveis a quem tenha necessidade de dialogar... mas dialogar com caracter! O que se nao deve é aplicar um bom palavrão fora do contexto, quando bem aplicado é como uma narrativa aberta, eu pessoalmente encaro-os na perspectiva literária! Quando se usam palavrões sem ser com o sentido concreto que tem, é como se estivessemos a desinfecta-los, a torna-los decentes, a recupera-los para o convivio familiar. Quando um palavrão é usado literalmente, é repugnante. Dizer "Tenho uma verruga no caralho" é inadmissivel. No entanto, dizer que a nova decoração adoptada para a CBR 900 '2000 não lembra ao "caralho", não mete nojo a ninguém. Cada vez que um palavrão e utilizado fora do seu contexto concreto e significado, é como se fosse reabilitado.
Dar nova vida aos palavrões, libertando-os dos constrangimentos estritamente sexuais ou orgânicos que os sufocam, é simplesmente um exercicio de libertação. Quando uma esferografica nao escreve num exame de Estruturas "ah a grande puta" ("... nao escreve!", desagrava-se a mulher que se prostitui. Em Portugal é muito raro usarem-se os palavrões literalmente. É saudável. Entre amigos, a exortação "Nao sejas conas",
significa que o parceiro pode não jogar um caralho de GT2. Nada tem a ver com o calão utilizado para "vulva", palavra horrenda, que se evita a todo o custo nas conversas diárias. Pessoalmente, gosto da expressão "É fodido..." dito com satisfacao ate parece que liberta a alma! Do mesmo modo, quando dizemos "Foda-se!", é raro que a entidade que nos provocou a imprecação seja passivel de ser sexualmente assaltada. Por ex.: quando o Mario Transalpino "descia" os 8 andares para ir a garagem buscar a moto e verificava que se tinha esquecido de trazer as chaves... "Foda-se"!! não
existe nada no vocabulario que dê tanta paz ao espirito como um tranquilo "Foda-se...!!". O léxico tem destas coisas, e erudito mas não liberta. Os palavrões supostamente menos pesados como "chiça" e "porra", escandalizam-me. Sao violentos. Enquanto um pai, ao não conseguir montar um avião da Lego para o filho, pode suspirar apos tres quartos de hora, "ai o caralho...", sem que dai venha grande mal a familia, um "chiça", sibilino e cheio, pode instalar o terror. Quando o mesmo pai, recem-chegado do Kit-Market ou do Aki, perde uma peça para a armacao do estendal de roupa e se põe, de rabo para o ar, a perguntar "onde e que se meteu a puta da
porca...?", esta a dignificar tanto as putas como as porcas, como as que acumulam as duas qualidades. Se há palavras realmente repugnantes, são as decentes como "vagina", "prepucio", "glande", "vulva" e escroto". São palavrões precisamente porque são demasiadamente inequivocos... para dizer que uma localidade fica fora de mão, nao se pode dizer que "fica na vagina da mãe" ou "no anus de Judas". Todas as palavras eruditas soam mais porcas que as populares e dão menos jeito! Quem e que se atreve a propor expressões latinas como "fellatio" e "cunnilingus"? Tira a vontade a
qualquer um! Da mesma maneira, "masturbação" é pesado e macudo, prestando-se pouco ao dialogo, enquanto o equivalente popular "esgalhar um pessegueiro", com a ressonância inocente que tem, de uma treta que se faz com o punho, é agradavelmente infantil. Os palavrões são palavras multifacetadas, muito mais prestáveis e jeitosas do que parecem. É preciso é imaginação na entoação que se lhes dá. Eu faco o que posso."

MIGUEL ESTEVES CARDOSO


booommm.. este texto merece mesmo um.. fodassss!! (ai! outra vez!)

picolina Maria.

ele ha coisas de uma precisao!

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Written on segunda-feira, junho 18, 2007 by Maria





E depois dizem que estes testes não são científicos!
Então por este resultado não se vê logo que sim!

Picolina cioccolata Maria

Elogio do Amor.. pela mesma voz de "O amor e fodido" (ai que disse um palavrao)

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Written on quinta-feira, junho 14, 2007 by Maria

Adoro o MEC e adoro este texto por muitas razões, por ser tão verdade o que aqui é dito, principalmente por isso.
A todos vocês "tomadores de bicas", e não só, dedico este post. :)
Tenham paciência para ler, prometo que não se vão arrepender.



Elogio do Amor


"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas.Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber.
Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão.
Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões.
O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática.
O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, banançides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.
Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra.
O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental".
Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos.
Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.
Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo.
O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. é uma questão de azar.
O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra.
A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina.
O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima.
O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente.
O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.
O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessýria. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser.
O amor é uma coisa, a vida é outra.
A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz.
Não se pode ceder. Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra.
A vida dura a Vida inteira, o amor não.
Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."


MIguel Esteves Cardoso.


Valeu a pena ou não? ;) É o maior ele!

Picolina Maria.