desculpem a insistencia com os textos, mas este homem e do caralho (oops) fodassss!! (ai!)

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Written on terça-feira, junho 26, 2007 by Maria

OS PALAVRÕES

"Ja me estão a cansar... parem lá com a mania de que digo muitos palavrões, caralho! Gosto de palavrões! Como gosto de palavras em geral. Acho-os indispensáveis a quem tenha necessidade de dialogar... mas dialogar com caracter! O que se nao deve é aplicar um bom palavrão fora do contexto, quando bem aplicado é como uma narrativa aberta, eu pessoalmente encaro-os na perspectiva literária! Quando se usam palavrões sem ser com o sentido concreto que tem, é como se estivessemos a desinfecta-los, a torna-los decentes, a recupera-los para o convivio familiar. Quando um palavrão é usado literalmente, é repugnante. Dizer "Tenho uma verruga no caralho" é inadmissivel. No entanto, dizer que a nova decoração adoptada para a CBR 900 '2000 não lembra ao "caralho", não mete nojo a ninguém. Cada vez que um palavrão e utilizado fora do seu contexto concreto e significado, é como se fosse reabilitado.
Dar nova vida aos palavrões, libertando-os dos constrangimentos estritamente sexuais ou orgânicos que os sufocam, é simplesmente um exercicio de libertação. Quando uma esferografica nao escreve num exame de Estruturas "ah a grande puta" ("... nao escreve!", desagrava-se a mulher que se prostitui. Em Portugal é muito raro usarem-se os palavrões literalmente. É saudável. Entre amigos, a exortação "Nao sejas conas",
significa que o parceiro pode não jogar um caralho de GT2. Nada tem a ver com o calão utilizado para "vulva", palavra horrenda, que se evita a todo o custo nas conversas diárias. Pessoalmente, gosto da expressão "É fodido..." dito com satisfacao ate parece que liberta a alma! Do mesmo modo, quando dizemos "Foda-se!", é raro que a entidade que nos provocou a imprecação seja passivel de ser sexualmente assaltada. Por ex.: quando o Mario Transalpino "descia" os 8 andares para ir a garagem buscar a moto e verificava que se tinha esquecido de trazer as chaves... "Foda-se"!! não
existe nada no vocabulario que dê tanta paz ao espirito como um tranquilo "Foda-se...!!". O léxico tem destas coisas, e erudito mas não liberta. Os palavrões supostamente menos pesados como "chiça" e "porra", escandalizam-me. Sao violentos. Enquanto um pai, ao não conseguir montar um avião da Lego para o filho, pode suspirar apos tres quartos de hora, "ai o caralho...", sem que dai venha grande mal a familia, um "chiça", sibilino e cheio, pode instalar o terror. Quando o mesmo pai, recem-chegado do Kit-Market ou do Aki, perde uma peça para a armacao do estendal de roupa e se põe, de rabo para o ar, a perguntar "onde e que se meteu a puta da
porca...?", esta a dignificar tanto as putas como as porcas, como as que acumulam as duas qualidades. Se há palavras realmente repugnantes, são as decentes como "vagina", "prepucio", "glande", "vulva" e escroto". São palavrões precisamente porque são demasiadamente inequivocos... para dizer que uma localidade fica fora de mão, nao se pode dizer que "fica na vagina da mãe" ou "no anus de Judas". Todas as palavras eruditas soam mais porcas que as populares e dão menos jeito! Quem e que se atreve a propor expressões latinas como "fellatio" e "cunnilingus"? Tira a vontade a
qualquer um! Da mesma maneira, "masturbação" é pesado e macudo, prestando-se pouco ao dialogo, enquanto o equivalente popular "esgalhar um pessegueiro", com a ressonância inocente que tem, de uma treta que se faz com o punho, é agradavelmente infantil. Os palavrões são palavras multifacetadas, muito mais prestáveis e jeitosas do que parecem. É preciso é imaginação na entoação que se lhes dá. Eu faco o que posso."

MIGUEL ESTEVES CARDOSO


booommm.. este texto merece mesmo um.. fodassss!! (ai! outra vez!)

picolina Maria.

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