Written on quinta-feira, agosto 11, 2011 by Maria
Às vezes preciso de ver a paixão que os outros têm por alguma coisa, para me apaixonar também.
Há pouco tempo fui ao Rio de Janeiro. 1º dia, acordar, ir à varanda, querer conhecer. Assim foi, saímos de casa e siga conhecer a cidade maravilhosa. Desilusão. Prédios feios. Ruas assim para o escuro, nada que me encantasse. Vamos em direcção ao calçadão, o famoso calçadao. Chegamos. Desilusão.
Epá! O que é que se passa com esta cidade que eu ainda não percebi?! Cidade maravilhosa e coiso e Cristo Redentor e é esta merd@?! (ao fim do dia percebi).
Enquanto me mentalizava que alguma coisa o raio da cidade devia ter, olhava para quem passava ao meu lado. E reparei num fenómeno. Criancinha, cotinha, adolescente, geek, feio, giro, menino ou menina, não havia ninguém que não andasse numa longboard em grande estilo, de um lado para o outro. Parei a observar. Isto sim! O resto do grupo seguia histérico com a primeira agua de coco na mão e eu parada de boca aberta a observar e a pensar. Eu quero fazer como eles.
Olho para o meu paciente e calmo hombre e grito: quero uma longboard!!
Serviu-me de pouco pedir o resto das ferias por uma. Ai como eu sonhava deslizar pelo calçadao como aquela gente toda fazia.
A ideia foi-se escondendo à medida que me apaixonava pelo resto da cidade. Voltamos para Portugal. Tristes, tristes. E eu triste ao quadrado porque me esperava uma dura travessia no deserto. Problemas no trabalho. Eu sozinha em casa. A perspectiva assustou-me. Ele percebeu isso. E antes de ir embora tratou de me animar. Segunda-feira, ao fim do dia, quando abri a porta de casa sabendo que ninguém me esperava, caiu-me a mala da mão. Estava uma longboard encostadinha à parede, à minha espera.
Já deslizei pelo soalho da sala, e fui dois minutos ao parque de estacionamento examinar o meu próprio talento. Não é espectacular. Fico à espera que ele volte, ou que alguém me dê umas aulinhas. Até lá, vou vendo vídeos no youtube e ja sei o que é fazer carving (na teoria) e assim.
Written on quarta-feira, agosto 10, 2011 by Maria
Ontem, dada a noite quente, a saudades das amigas e a ausência do namorado, fui jantar fora numa bela esplanada. Cervejinha para abrir o apetite, conversa posta em dia, Pizza para alegria estomacal e é então que a noite melhora a olhos vistos. Não há nada que me divirta mais do que uma boa história de vida dos outros, algo que eu possa observar de perto e de forma indiscreta sem que isso seja um problema.
Entre um cogumelo e um bocado de fiambre, começo a ouvir uma voz rouca. Não preciso de procurar muito, à minha frente está a dona da voz, daria-lhe 55 anos. A senhora chorava enquanto gritava frases como: “sempre me disseste que não a vias há 2 anos!” “eu nunca te faria uma coisa dessas!” “os teus filhos fazem de ti gato sapato!” “como podes estar aí de consciência tranquila”.
Eu sei, não devia alegrar-me com os soluços alheios, mas não consigo. Discussões em público, enchem-me a alma. E quando falamos de um casal na casa dos 50 a roçar comportamento de adolescente, aí é a loucura. Passa-me o politicamente correcto, rio-me, esqueço que está alguém ao meu lado a tentar conversar, e fecho o cérebro tal e qual como quando vejo o biggest loser na tv. O meu foco fica isolado naquelas pessoas. Assisti a uma discussão, que durou cerca de 1 hora e meia, que envolveu gritos, acusações, insultos, choro e culminou em grande. Ele levanta-se para ir pagar, ela levanta-se para ir embora, e não consegue. O nível de embriaguez era de tal forma que a senhora nem dois passos dava. E lá veio ele, impedindo uma saída gloriosa de cabeça erguida, agarrou-a por um braço e lá foram, agarrados um ao outro. Quem os visse só naquele segundo, a virar a esquina abraçados, diria após suspiro “ai o amor..”
Written on segunda-feira, agosto 08, 2011 by Maria
2 semanas que pareceram mais ( e ainda bem porque foi tão bom), acabaram. E agora, o meu pior pesadelo voltou. Mas há que retirar o lado bom das coisas, o bom de voltar hoje ao emprego é que pude ir à praia.