Católica, Insólita, que faz uma cólica quando pensas que tens de ir para lá!!

Written on sábado, janeiro 14, 2006 by Maria

Grande MC Júnior, autor desta maravilhosa frase (olhem para o título.. ai que são tontas!) presente numa das suas rimas... ninguém dá nada por ele quando o vemos passar naqueles corredores criados por Siza Vieira do edifício de Economia da ucp,(depois têm a mania que são os maiores! nós não temos ar condicionado mas somos felizes!) mas ele às vezes até diz umas verdades...

Juro que desde Segunda, depois de almoçar com a minha Juju no aeroporto, tenho uma cólica cada vez que vou a caminho da católica.. é que aconteceu de tudo um pouco!
Segunda foi provávelmente um dos dias mais duros da minha vida.
Não tenho, nem sei se alguma vez vou ter, defesas, que me façam agir racionalmente quando tenho notícias más, as piores. Sem me alongar muito até porque vocês não a conheciam, morreu uma aluna de direito lá da ucp que eu conhecia. Morte súbita, completamente inesperado! Nos corredores vi o que espero não ter de voltar a ver, muita, mas muita gente que tinha tal como eu acabado de saber da notícia e que estava a chorar compulsivamente. Por momentos, aquele espaço que já conheço tão bem, que me é quase tão familiar, onde normalmente me sinto quase tão confortável como na minha sala em casa, tornou-se um sítio amargo e frio, difícil de estar. Deixei de ouvir, falavam comigo e eu só ouvia ecos e o meu coração, que batia com tanta força que parecia que ía sair disparado do meu peito, a respiração, nunca me custou tanto respirar! Não aguentei. Não faz sentido nenhum alguém ir-se embora assim.
Peguei nas minhas coisas, tentei a muito esforço (meu deus, nunca me custou tanto falar!)
explicar a algumas pessoas porque me estava a ir embora assim de repente, e fui para casa. Tive um dia inteiro sem conseguir articular palavra, a aceitar, devagarinho, que a morte faz parte da vida.

Terça, Quarta, Quinta e Sexta.. foram trabalhos feitos à última da hora, filmagens, fotografias, textos, apresentações, stress de colegas de grupo que não aparecem até ao último minuto, impressoras que se estragam, pen's usb que estão demasiado cheias com coisas que não se podem apagar e que assim não cabe lá o trabalho, 500 pessoas à minha frente na reprografia quando só restam 2 minutos antes da apresentação, reprografia com a impressora a cores estragada, um casal de namorados inesperado, a recuperação do choque de segunda-feira, descobrir que há duas frequências no mesmo dia há mesma hora, raspanetes do Sardica, saber que por causa da sobreposição das frequências já tenho um exame de espanhol garantido em Junho, mais frequências, numas podemos usar computador e apontamentos, noutra também mas não sabíamos, noitadas a comer pizza e a tentar acabar trabalhos em casa do Mota, noitadas a estudar nas mesas da ucp, descobrir que tenho de ir a exame de economia na segunda, crepes com chocolate e gelado para descomprimir, gritos, berros, lágrimas, gargalhadas, precisar de telefonar urgentemente e não ter dinheiro, pagar a viagem de finalistas, uma das que considero a melhor amiga aparecer de surpresa em Lisboa, um almoço inesquecível, um admirador que está em todo o lado, mensagens do admirador a todos os minutos, mais um trabalho acabado no último minuto, uma hipocondríaca no meio, amolgadela no carro, vizinho giro no elevador, pessoas a gritar que estão de férias e eu a pensar que ainda me falta o pior dos exames, um jogo de ténis que perco 6-1, dores, muitas dores musculares.

Foi uma semana, agitada sem dúvida, mas ao reler a descrição, vejo-me como num filme com as imagens a passar em grande velocidade, ao som de Mc Junior (porque não?), e o único pensamento que tenho é que sou uma pessoa com uma vida óptima, com amigos e colegas de faculdade inesquecíveis e que a única coisa que falta nesta semana para roçar a perfeição, é o som de uma gargalhada especial, e um sussurro hiper meigo de uma vegetariana!

Beijão!

Picola Maria!

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